[Review] Motorola Defy: Bom até debaixo d’água

Por um período de quase duas semanas eu pude experimentar um aparelho que eu pouco conhecia. O Motorola Defy por bastante tempo não me chamou muita atenção, me lembro apenas de ter lido uma coisa ou outra sobre ele quando foi lançado no Brasil e até mesmo no blog eu não havia postado muito conteúdo sobre ele. Pedi para a Motorola me enviar um por mera curiosidade, pois nunca havia experimentado um smartphone que fosse resistente a água e a quedas, por essas características que ele pareceu ser um aparelho perfeito para pessoas como eu, que tem uma incrível capacidade de deixar tudo cair no chão.

Essa é uma área bem sensível de todo Android da Motorola que utiliza a interface MotoBlur, pois além dela não possuir nada de extraordinário, também parece sugar a vida do aparelho, deixando ele bastante precário quando o assunto é performance. E foi isso que eu encontrei no Motorola Defy, que chegou para mim na versão 2.1 do Android, dava para perceber uma certa lentidão, principalmente no launcher e em jogos 3D.

Depois de uma semana experimentando o Defy foi que eu decidi atualizar ele para Android 2.2, como o que eu recebi era um RETAIL (sem ligação com operadora) não havia como atualizá-lo pelo programa da Motorola, então eu utilizei este tutorial aqui e consegui atualizar com sucesso o aparelho.

Posso dizer que mesmo quando ele estava no 2.1 a sua performance parecia ser melhor do que a do Milestone 2. É, eu sei, o Defy tem um processador de 800MHz e 512mb de RAM contra o 1GHZ e 512mb do Milestone 2, mas mesmo assim, principalmente quando navegando no sistema do aparelho, como pelos menus e funções, ele parecia ser bem mais estável. Já em jogos e na navegação da Web o Defy parecia estar em desvantagem contra o M2, o que é compreensível. Quando eu atualizei o Defy ele ficou mais rápido e a diferença entre o Milestone 2 e ele diminui bastante, mas infelizmente não em relação aos games, pois o aparelho continuou dando umas certas travadinhas leves quando eu jogava meus jogos 3D favoritos, não foi nada que incomodasse muito, mas era perceptível a dificuldade do aparelho.

Eu realmente me surpreendi, para um aparelho na faixa de preço do Defy não havia como eu esperar uma performance tão boa. Naveguei bastante na internet utilizando o aparelho e posso dizer que ele possui um dos melhores navegadores que já utilizei, porém aconselho a todos os usuários que desativem o Flash na hora de navegar, pois a performance fica extremamente comprometida.

A estabilidade do Defy é realmente boa, raramente o sistema trava, se me lembro bem, durante este período de testes ele só travou uma vez, que foi há alguns minutos atrás enquanto eu tirava fotos para esta review, porém em menos de um minuto ele voltou ao normal. É fantástica a estabilidade do sistema deste aparelho, não sei se é porque a MotoBlur dele está mais atualizada do que a do Milestone 2, mas quando o assunto é estabilidade, o Defy ganha o Milestone 2.

Uma curiosidade é que quando este smartphone estava no 2.1 eu fiz o teste do Quadrant e ele tirou 900 pontos, refiz o teste no 2.2 e ele tirou 1100, a diferença não foi grande, mas com certeza foi boa. Dá pra perceber que a velocidade para jogos dele melhorou, pouco, mas melhorou.

Dá para jogar games no Defy? Sim, claro. Agora, você não irá conseguir jogar Dungeon Defenders ou outros jogos ultra-pesados, mas games como Guerrilla Bob, que possuem excelentes gráficos 3D, rodam muito bem, com aquelas travadinhas ocasionais que eu citei logo acima.

No geral, gostei bastante da velocidade do sistema, não tive grandes problemas nessa área do aparelho.

Se você quer encher o Defy de dezenas de aplicativos e jogos, você pode, pois ele possui uma memória para apps de 2GB – eu vi apenas 1,2GB no aparelho, mas na internet estava 2GB. É tanta memória que eu não conheço ninguém que realmente vá utilizar toda ela, principalmente por que a maioria dos apps pesa uns 2 MB e os jogos pesados de 10MB a uns 20MB. Melhor ainda é que quando ele está na versão 2.2 do sistema você ainda pode instalar os aplicativos no seu cartão SD, o que eu não aconselho que você faça, pois ele já tem memória interna suficiente e você não vai querer limitar mais a quantidade de músicas, fotos e vídeos que você pode possuir no seu cartão microSD.

Eis mais um Android que vale a pena falar da duração de sua bateria. Como todos já sabem, bateria não é o forte de nenhum Android, pois o sistema em si é bastante pesado e necessita de muita energia, principalmente devido a capacidade de multitarefas do sistema. A bateria do Defy é melhor do que a do Milestone 2, pois a deste é de 1400mah enquanto a daquele é de 1540mah. Eu consegui navegar na internet, ouvir música, twittar, jogar e fazer tudo o que normalmente faço no meu dia a dia e ainda chegar em casa com 40% de bateria. Para um aparelho com MotoBlur, que drena bateria bem mais que os outros, até que a duração da do Defy não decepciona, não é extraordinária, mas é uma das melhores que eu já pude experimentar.

Não há nenhum aparelho da Motorola cuja a câmera possa ser dita como realmente boa. A qualidade das câmeras dos gadgets desta fabricante geralmente são péssimas, perdem facilmente para as de outras como a Sony Ericsson. Para um aparelho da Motorola, o Defy até que possui uma boa câmera, melhor que a do Milestone 2, porém, diferente da do M2, o flash é simples e não duplo e ela não filma em HD.

Vejam as fotos abaixo e decidam por si mesmos o que vocês acham da câmera do Motorola Defy.

Não há nada de extraordinário nessa área, acredito que este seja um dos poucos pontos em que o M2 vence do Defy e apenas pelo fato de que, como o Defy possui um corpo fechado para não entrar água, o alto-falante dele é interno, o que faz com que quando tocamos qualquer música nele o corpo do aparelho começa a vibrar, não muito, mas o suficiente para incomodar quando pegamos ele na mão. Isso é bom para jogos, pois dá até mais emoção, mas certamente me incomodou em outras ocasiões.

O volume do alto-falante é muito bom, bastante alto e a qualidade é razoável. Bom mesmo é a qualidade do áudio quando colocamos um fone de ouvido, pois fica bem alto sem haver muito prejuízo da qualidade sonora. Aconselho vocês a não houverem música com fone de ouvido no volume máximo, pois é realmente ensurdecedor.

O aplicativo de música dele não é bom, é o mesmo encontrado no Milestone 2, característico da interface MotoBlur. Ele é muito simples, não facilita nenhum um pouco a navegação pois não há modo fácil de voltar para a lista de músicas em reprodução, tem momentos que você vai ter que fazer todo aquele caminho, procurando o artista, procurando o álbum e achando as músicas, o que é frustrante.

As únicas coisas que eu gosto neste aplicativo de música é a capacidade de identificar quais músicas estão tocando no ambiente externo, igual ao aplicativo SoundHound, e as letras das músicas que aparecem automaticamente quando você coloca uma para tocar.

Felizmente, dá para baixar pela Android Market outros aplicativos, como o Winamp, que são music players bem melhores.

Por mais que o MotoBlur não seja nada complexo, ele é bastante bonito. Muitas pessoas não gostam dele, eu gosto, principalmente pelos tons de vermelho que são bastante utilizados em todo canto do sistema e pelos botões que são muito bem desenhados. É uma interface bastante simples, extrema e inexplicavelmente pesada, mas que é de certa forma agradável.

Diferente do launcher do Milestone 2, o do Defy é muito leve, muito leve mesmo. Os widgets da Motorola também possuem aquela mesma função que eu vi no M2 de você poder modificar o tamanho deles, alongando ou diminuindo para cima ou para baixo, o que bem legal.

A lockscreen – tela de bloqueio – do aparelho também é bem fácil de ser utilizada, no Android 2.1 e do M2 parecia meio dificil desbloquear, pois você tinha que tocar no cadeado e esperar até que o seu toque fosse identificado, mas com o 2.2 no Defy isso mudou e realmente ficou bem melhor.

O Motorola Defy é um smartphone extremamente bonito. O que eu mais gosto nele é o fato dele possuir uma tela de de 3,7? polegadas, mas ao mesmo tempo possuir um corpo relativamente pequeno, menor do que os de outros aparelhos com tela de mesmo tamanho, isso se deve ao fato de que a área reservada ao alto-falante de chamadas e aos botões do sistema (menu, home, voltar e buscar) é bem reduzido, toda essa parte frontal do aparelho é aproveitada, o que dá um visual muito legal a ele.

Agora, o ponto principal dele é a sua resistência a água, que é devida ao corpo do Defy. Ele é bastante vedado, não possui muitos buracos e os poucos que existem podem ser fechados pelo usuário por meio de uma tampa emborrachada que fica em cima do encaixe do cabo USB e da entrada de fone de ouvido. Vale a pena dizer que a parte traseira dele também é emborrachada, o que serviria para impedir que ele deslizasse em superfícies lisas e inclinadas, o que não acontece por causa de uma trava que a tampa da bateria possui, que é feita de plástico e está em relevo, por isso quando colocamos o aparelho em qualquer lugar ele fica apoiado nessa trava, o que faz com que ele escorregue facilmente.

Na parte traseira do telefone também podemos encontrar um segundo microfone, este serve para a função de noise cancellation, a qual garante uma maior qualidade no áudio das ligações, pois separa a sua voz do barulho ambiente.

Voltando a falar da resistência a água do aparelho, quero dar ênfase que ele é apenas RESISTENTE, não é à prova d’água. Você pode ocasionalmente deixar ele molhar, se deixar água cair nele acidentalmente não tem problema, desde que, claro, todas as entradas estejam devidamente vedadas, porém não vá tentar jogar ele na piscina, na sopa ou no feijão e deixar ele lá por muito tempo, pois se algum líquido acabar entrando no aparelho, diga adeus a ele.

É, seria legal poder tirar fotos dentro de uma piscina, mas não creio que dê, pois há o risco do aparelho danificar e também a tela dele não responde bem debaixo d’água. De certa forma é até decepcionante, mas possuir uma certa resistência a água ainda é melhor do que não possuir nenhuma.

O Motorola Defy também é resistente a poeira e a quedas. O corpo do aparelho é bem forte, eu mesmo deixei o aparelho cair no chão – com propósitos científicos… rsrs - e ele não sofreu nenhum arranhão, claro que não peguei um martelo e comecei a bater nele, mas pelo o que eu li na internet e pelo o que a sua própria fabricante diz, ele deve aguentar algumas caídas no chão bem melhor do que os outros smartphones Android. Mais um fato interessante é que ele possui uma tela Gorilla Glass, o que faz com que seja bem difícil conseguir arranhar ela.

Ah, quase ia esquecendo. O corpo deste aparelho é bastante leve, pesa apenas 118 gramas, o que faz com que ele seja bastante agradável de segurar e transportar no bolso.

O Defy não possui teclado físico, então você tem que utilizar um teclado na tela. O teclado virtual dele é o famoso Swype, aquele que você tem que ficar ligando as letras para as palavras se formarem, é muito bom, de qualidade notável, extremamente fácil para digitar. Não é um método melhor do que o teclado físico do Milestone 2, posso dizer que eu senti bastante falta deste, mas mesmo assim o Swype é uma boa alternativa.

Lembrando que se você não gostar do Swype, também há na versão 2.2 do Android do Defy um teclado multitoque da Motorola, que também é bem legal.

Eu amei o Motorola Defy, ele é um Android com excelentes qualidades. Este aparelho seriamente deu até vontade de ir em uma loja e comprar um. Ele é muito bonito, possui uma boa performance em geral, é resistente a água, poeira e quedas. Perfeito para aquelas pessoas que são descuidadas.

Posso dizer que a experiência com este aparelho foi muito boa, espero poder encontrar algum dia outro smartphone Android com tantas qualidades e que realmente vale o preço que cobram como o Motorola Defy.

Artur Calandrini escreveu 1061 artigos neste blog.

Fundador do Vida Móvel Blog, usuário de Android, mais especificamente de um Nexus One, estudante de direito e ninja nas horas vagas.

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