A guerra entre smartphones, tablets e câmeras está apenas começando
A primeira câmera digital comercial – a DCS-100, desenvolvida pela Kodak no corpo de uma Nikon F3 – chegou ao mercado em 1991. Com apenas 1.3 megapixel, trazia uma unidade de armazenamento separada, cujo disco rígido era capaz de armazenar 600 fotografias. Detalhe: a geringonça, feita para se carregar no ombro, pesava 5 kg. Nessas duas décadas, o avanço da fotografia digital superou todas as previsões mais otimistas e atingiu as massas. Estima-se que haja 1 bilhão de câmeras em uso ao redor do planeta, número que deverá chegar a 3,5 bilhões em quatro anos. Não é difícil perceber, no entanto, que esse mercado começou a mudar drasticamente, de novo, desde que os celulares, e mais recentemente os tablets, passaram a incorporar câmeras digitais. Recursos cada vez mais complexos, antes exclusivos de equipamentos caros e pesados, agora cabem literalmente no bolso.
Com um smartphone, já é possível gravar vídeos em Full HD, criar e reproduzir conteúdo 3D e até editar imagens com uma qualidade impensável poucos anos atrás. Sem falar na facilidade de transmissão, item que vale ouro na era das redes sociais. “A conectividade é, sem dúvida, uma das grandes vantagens dos smartphones e tablets sobre as câmeras digitais”, avalia Marcelo Zuffo, professor do Laboratório de Sistemas Integráveis da USP. Para ele, contudo, é cedo para decretar o fim das câmeras digitais. Enquanto os smartphones se consolidam como uma escolha natural do público amador, as câmeras continuarão existindo – só que direcionadas ao público profissional. “Elas vão evoluir em definição e inteligência e ganhar processadores mais rápidos. O próximo passo é a câmera 3G.”
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